A LIBERDADE DE UM BRUNCH
A liberdade de um brunch.
Um brunch é do que mais me dá liberdade, não é nada de concreto, posso inventar fazer o que me apetecer sem a ditadura da entrada, prato principal, sobremesa. Se quiser fazer só pratos principais faço, só entradas, faço. Mais sobremesas, menos sobremesas- é o que me dá na cabeça.
Chamar-lhe brunch faz com que as pessoas não tenham uma ideia pré-concebida do que vão comer. Sinto-me sempre limitada quando há um jantar ou um almoço, quase obrigada a que haja um prato de carne ou peixe com os devidos acompanhamentos etc. e tal. Lembra-me das composições que nos diziam para fazer na escola, que tinham que ter uma introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Que tinhamos que destinar determinado número de parágrafos e blá blá blá. Eu ficava tão irritada com aquilo que chagava a casa e ia fazer composições como eu queria: sem introdução, com a conclusão no início, como me apetecesse, e quanto mais esquisito melhor.
Não questiono a importância das composições bem estruturadas, bem como das refeições igualmente bem estruturadas. Questiono a falta de refeições e composições malucas na nossa vida. Com isto não quero que se perca a maravilhosa tradição de uma refeição com pés e cabeça, uma coisa a sério como deve ser.
Vou falar muito de brunchs, pequenos-almoços tardios, lanches ajantarados, ceias, todas estas refeições que me dão mais liberdade que as outras.
Com este discurso vem a parte mais útil, a receita:
Um carpaccio de pepino e um de rabanete
6 rabanetes
1 pepino médio
4 c.s. de azeite extra virgem de qualidade
2 c.s. de vinagre de arroz
1 pitada de sal
pimenta rosa
pimenta branca
Na mandolina cortam-se os legumes e dispõem-se, ligeiramente sobrepostos, nos pratos.
Para o molho:
Mistura-se o azeite com o vinagre e o sal até estar tudo homogéneo.
Antes de servir pincelam-se os legumes com o molho. No pepino pôem-se os grãos de pimenta rosa desfeitos com os dedos e no rabanete a pimenta branca moída.