DEAR DONNA
É a minha australiana favorita.
Já me sentei no chão da minha cozinha a chamar por ela, quando estraguei a 50º tentativa da pavlova perfeita.
O que ela faz, é normalmente bonito, normalmente apetitoso, e normalmente perfeito.
Conhecê-la sempre me pareceu estar tão longe como Portugal da Austrália. Pois não foi nem na minha terra nem na dela. Foi na terra de toda a gente: Londres. Onde os sonhos me têm parecido menos sonhos e mais realidade.
Pois fui conhecê-la, sempre a tentar pôr as minha expectativas para baixo, a imaginá-la execrável, arrogante e feia. A esperar que me despachasse e a esperar que eu me engasgasse toda e não fosse capaz de dizer uma frase como deve ser. Pareceu-me que estivemos horas e horas à conversa. Disse-lhe o que me tinha imaginado a dizer enquanto a via na televisão a fazer o cheesecake mais bonito de sempre. Ela sorriu como sempre a vi a sorrir para a câmara.
Obrigada Donna, por seres exatamente como eu imaginei.